quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Porque sou assim...





Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio.

Porque metade de mim é partida, 
mas a outra metade é saudade. 

Porque metade de mim é o que ouço, 
mas a outra metade é o que calo. 

Porque metade de mim é o que eu penso, 
mas a outra metade é um vulcão. 

Que o medo da solidão se afaste, 
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável. 

Porque metade de mim é a lembrança do que fui, 
a outra metade eu não sei. 

Porque metade de mim é abrigo, 
mas a outra metade é cansaço. 

Porque metade de mim é amor e a outra metade também.

Oswaldo Montenegro

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