sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Nesta estranha manhã



Nesta estranha manhã sem saber o que te dizer...
Quero-me perder no nevoeiro, onde as lágrimas saem sem pudor, sem ninguém que se ria delas.
Conduzir sem rumo pela estrada fora, por caminhos sinuosos e acidentados, onde as árvores mostram esguios esboços como almas perdidas que vagueiam pelo campo fora.
Incessantemente caminho... procuro o que não acho. A razão disto, o que nos levou aqui, e não consigo perceber...
Sei que te amo, quem me dera ter em tudo na vida tamanha certeza...
Vou ficar quieto no meu canto, tentando seguir com minha vida apesar de saber desde já que não consigo, sem ti não sou completo, nunca o fui até te conhecer, arrisco-me a dizer que nunca soube viver até provar teu amor...
Vivia num caos, uma desordem constante, um desassossego, uma fúria interior,
tu chegaste...
e com teu sorriso minha vida arrumaste
Agora vejo-me sem ti, completamente perdido, despido de tudo, tal qual cão vadio sem ter onde dormir ou ficar, sem o conforto dum carinho
Penso em ti 24 horas, todos os dias, tento seguir... tento não me perder em pensamentos tristes e ideias...
Esforço-me por seguir...
Mas a escuridão dos dias sem ti apagam a luz ao fundo do tunel, cercam a esperança de coisas ruins...
O azedume na língua não desaparece, a comida teima em entrar mas o estomago teima em recusar.
Penso que talvez seria uma sorte se sufocasse de vez... seria tão mais fácil, mas...
Esforço-me por seguir...
Tento atirar para trás das costas cada dia... tento atirar tudo para trás das costas...
Coloco um açaime mental que me impeça de investir constantemente contra esse bloco de gelo em que te transformaste, que me enregela as patas e me faz resvalar...
Mas isto é maior do que eu e nada nem ninguém consegue parar este instinto, esta vontade de ficar contigo, este fogo que quiema tudo em volta e traz esta dor que me fere a alma
Esforço-me por seguir...
Penso em cada beijo, em cada olhar, cada aperto de mão, cada sorriso agora parecem presos num cofre que não tenho a combinação, não me esqueci dela mas tu mudaste os números... tento em vão rebentar com ele, já lhe dei pontapés, murros, tenho meus dedos ensanguentados, mais uma vez feri-me... vou tentar com bomba! Talvez não consiga também... o melhor é esperar... detrás da arvore mais distante, para que não me vejas à espreita, vou esperar que deixes a porta aberta e em seguida correr com todas as minhas forças, o mais rápido possível, para não teres tempo de fechar outra vez...
Esforço-me por seguir...
Esforço-me por seguir em frente, mas será que à frente está o abismo...?

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